Ao estudar a razão da queda dos corpos Galileu se deparou com a impossibilidade de mensurar o
tempo de queda de um corpo em queda livre. Essa impossibilidade se dava pelo
simples fato de não haverem instrumentos adequados para a medida do tempo de
queda, para tanto Galileu teve a engenhosa ideia de diluir o tempo de queda de
uma massa utilizando um plano inclinado.
Na segunda metade do século XIX surge
uma solução mecânica para a problemática de Galileu. O general Jules Morin, da Escola de Metz, em Paris, cria uma máquina que permite descrever com boa precisão o movimento de um corpo nem queda livre a partir de um registro gráfico. Tal máquina cinemática recebeu o nome de "aparelho de Morin". O aparelho consiste de um cilindro girante com velocidade angular constante (garantido por um sistema de peso e compensador de aceleração - aletas girantes), de onde se solta um corpo, um tronco de cone de bronze, preso por guias verticais de arames, garantindo a queda livre em linha reta (sem oscilação). Este tronco de cone é munido de uma caneta ou lápis para fazer o registro gráfico sobre uma folha de papel gráfico colada no cilindro que gira. Tal aparelho substitui de forma excelente o plano inclinado, permitindo a verificação direta das equações da cinemática.
Montagem:
O aparelho de Morin apresenta uma
montagem simples, podendo ser confeccionado com materiais de baixo custo
obtidos em lojas de materiais de construção ou resto de madeireiras.
Os materiais utilizados são:
4
– Placas de madeira, duas para as laterais que devem ter 90cm de diâmetro e
largura entre 15 e 30 cm, duas placas para base com largura de 30 cm e
comprimento de 60cm.
2
– Rolamentos
1
– Barra de rosca de 1m
1
– Cano de PVC com tampa
1
– Chapa de ferro
6
– Polcas
1
– Massa
8
– Parafusos
1
– Caneta
1
– Quadrado pequeno de madeira
1m
– Barbante
– arame
Um
vislumbre gráfico do aparelho de Morin seria:
Figura 1: Esquema do Aparelho de Morin |
Considerando
a montagem por partes, começaremos pelo suporte.
Montagem
do suporte superior e inferior deve ser feita como na imagem:
Figura 2: Esquema dos suportes |
Para a fixação
basta usar o parafuso e montar o suporte da seguinte forma:
Figura 3: Esquema do suporte pronto. |
O
Próximo passo é monte o cilindro e encaixá-lo no suporte, para fazer isso basta
furar o centro de ambas as tampas e passar a barra com rosca fixando-a com as
polcas.
Para
fazer o suporte para a caneta, basta furar o pequeno pedaço de madeira (10x5x1)
como na imagem, e transpassar os arames:
Figura 4: Suporte para a caneta (corpo que cairá) |
É importante
ressaltar que os buracos 1 e 2 deve ser bem mais largos que os arames. Após a
confecção basta fixá-lo ao suporte da seguinte maneira:
Figura 5: Fixação do suporte no aparelho. |
O bloco de
madeira deve cair em queda livre enquanto o cilindro gira, a medida que o
bloquinho cai, a caneta fixada a ele risca uma folha de papel que está fixada
ao cano de PVC. Porém para que isso seja possível nos falta agora criar um
mecanismo que faça o cano girar com velocidade uniforme, para isso basta
enrolar o fio de barbante no parafuso e fixá-lo a massa, é aconselhável
utilizar uma roldana na borda da lateral da plataforma superior, para impedir
que a massa desça de forma acelerada é preso ao topo da barra rosqueada um
dissipador, que nada mais do que é uma hélice feita com a chapa de ferro. A
montagem final fica igual ao mostrado na figura 1.
O Aparelho de Morin que confeccionamos foi o seguinte:
Figura 6: Aparelho de Morin confeccionado. |
O Aparelho de Morin representa
uma opção muito didática para se trabalhar a cinemática da queda livre. Uma vez
que ele traça o gráfico, espaço por tempo, esperado para a queda livre de um
corpo, sem a necessidade de fazer um plano inclinado e mensurar repetidas vezes
a posição e o tempo do corpo.
Postado por: Thiago V. M. Guimarães
Ghiovani Zanzotti Raniero
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